A Selic é a "taxa básica de juros" porque é a mais baixa da economia e funciona como um piso para a formação dos demais juros cobrados no mercado. A Selic é usada nos empréstimos interbancários (entre bancos) e nas aplicações que os bancos fazem em títulos públicos federais.
Em 1999, o governo adotou o sistema de metas de inflação e o câmbio flutuante, o que transformou a taxa de juros no principal instrumento para conter a alta de preços. Desde então, o centro da meta fixada pelo governo é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para cima.
O Banco Central aumenta ou baixa os juros como política de controle da inflação. Como a inflação atual está em um nível alto — 9,32% entre maio de 2015 e maio de 2016 —, a estratégia adotada é manter a Selic num patamar elevado porque isso freia o consumo e os gastos e, consequentemente, pressiona a inflação para baixo.
Funciona assim: os juros desestimulam o consumo, principalmente de automóveis e imóveis, normalmente adquiridos por meio de financiamento. As empresas também são afetadas porque diminui o espaço para reajuste de preços.
Assim, quando os juros sobem, os títulos da dívida pública do governo ficam mais atraentes e a venda deles provoca um aumento nas taxas de financiamentos cobradas pelas instituições financeiras. Apesar de controlar a inflação, essa combinação acaba inibindo a capacidade de investimentos das empresas e o crescimento da economia.
Por outro lado, o aumento dos juros não afeta contas como energia elétrica e telefonia. O valor do petróleo e das matérias-primas básicas (commodities), como os minérios, por exemplo, também estão livres da mudança na taxa de juros.
Mas as perdas com a alta de juros continuam. A Bolsa também perde porque ocorre uma migração das aplicações em ações para a renda fixa, já que a alta da Selic provoca elevação dos rendimentos destes investimentos.
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